NÓS

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Historiadoras, bruxas, futuras arqueólogas e apaixonadas pela vida...

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Eu vejo fantasmas...


"O tempo passa e engraxa a gastura dos sapatos, na pressa a gente não nota que a Lua muda de formato (...) Tudo passa e eu ainda, ando pensando em você!" (Ana Carolina; "O avesso dos ponteiros").
Por esses tempos eu estava á ouvir esta musica da Ana Carolina, mas devido a acontecimentos recentes (mais que sempre insistem em se repetir de diversificadas formas e componentes) eu dedicava uma atenção maior a essa letra do que normalmente eu costumo dedicar, foi quando eu percebi; O TEMPO PASSA!
E neste momento você achando que eu estou louca vai falar: "Nossa serio? E você só percebeu isso agora?" Mas aqui eu me explico. Sim o tempo passa e no mundo contemporâneo em meio a sua inquietação insaciável esquecemos por muito deste pequeno detalhe e, por muito mais vezes preferimos esquecer de propósito; principalmente quando queremos que ele passe mais rápido possível e, ele por birra demora a se estender, demora a curar feridas, a dar sabedoria, a nos ajudar encontrar conforto em algo que antes nos parecia "inconfortavel". Preferimos esquecer e nos encher de ocupações para não lembrar que até o tempo passar vamos lembrar.
Mas em meio a este tempo que demora a passar, nos deparamos com fantasmas, assombrações que nos atormentam. Fantasmas de não uma, mas, varias pessoas que tentamos matar e deixar para trás no passado, mas elas insistem em voltar de seus túmulos que cavamos com o coração sangrando. Ou quando não resolvem serem mortos - vivos, acabam vivendo como fantasmas.
Fantasmas nas nossas lembranças, nos nossos pensamentos, nas nossas sensações, musicas, sonhos, esperanças, anseios, na rotina, nos caminhos por onde andamos; tudo isso que por muitas vezes nos atira sem piedade no calabouço do esquecimento onde depositamos tudo aquilo que esquecemos de esquecer. (Ta eu sei pleonasmo).
Eu ando pelas ruas e vejo meus fantasmas, pessoas que passaram, momentos que vivi e marcaram de alguma forma minha vida e, em cada lugar da cidade há um pouco das minhas assombrações, das minhas lembranças, dos meus anos, das minhas experiências, das alegrias e das tristezas que passei.
Por fim para concluir todo esse melodrama (que eu precisava desabafar para não morrer sufocada) relembro uma vez mais, o tempo passa, rápido demais ou devagar demais (pois ele por si só é tão relativo e abstrato) porem passa e arrasta tudo o que esta na sua frente com uma fúria incalculável, e devemos sempre ter em mente que em meio a este tempo sempre terá os bons e maus momentos, paz e conturbações, problemas e soluções, pessoas que preferimos evitar, mais acima de tudo amigos para caminhar ao nosso lado, nos servindo de suporte neste passar de tempo e, não esqueçamos também que tudo é aprendizado e, por mais dolorido que seja nos torna fortes e nada é por acaso. Então aqui me despeço.
"Penso quando você partiu assim, sem olhar pra trás. Como um navio que vai ao longe e já nem se lembra do cais (...) Tudo passa e eu ainda ando pensando em você!" (Ana Carolina; "O avesso dos ponteiros").
Enid Brianna /:.